Recent Posts

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ensaio teórico sobre a distância (Parte I).

Duas coisas podem ser boas sendo diferentes, sendo distantes uma da outra. E por mais que não se completem, que não se sustentem, pode sim existir beleza em ambos os lados. Nem tudo precisa estar junto pra funcionar direito. O crescimento pode independer de uniões, de afeições.

Quando digo que ‘talvez a beleza esteja mesmo na ausência’, pode parecer distante demais da realidade. Mas, não. Faz todo sentido do mundo.

Por que quando há ausência, há criação. E criamos o que queremos. Da forma que queremos. Apenas isso (tudo).

Logo, moldo desejos e ações, da forma que melhor me convém. Escolho as cores, os gestos, os sorrisos, o silêncio. Tudo do meu jeito. Assim há felicidade.

Não aquela felicidade do mundo ideal. Mas aquela felicidade encontrada nas coisas-mais-simples-do mundo. Como ouvir canções de (des)amor sentado num banco quase vazio no início de uma noite nublada.

"Não quero com isso dizer que o amor não é bom sentimento".

Mas não se trata exatamente do amor, ou de um outro sentimento qualquer. É que às vezes a realidade é maior que isso, ou mais ampla, se é que isso é possível.

Na distância, talvez possamos encontrar o sentido que se perde, que se confunde, que se evapora na presença.

Há muitas coisas onde não vemos nada. Onde não enxergam, há luz.

1 comentários:

a.fê disse...

O começo me lembrou 'pratododia;tm', mas depois, mais um texto com a cara, as palavras, as letras, as pontuações de Daniel,ótimo, como todos.
Distancia te inspira de um modo que me encanta, o jogo das suas ideías me fazem passar longos minutos pensando em outras coisas, já disse isso antes,rs.
Lindo, ótimo mesmo.
Vou-me, antes que me torne repetitiva; beijos rapaz.