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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

sonhos platônicos II.

(ou o mesmo sorriso).

ela é o princípio do desejo, da vontade, ainda mais forte, a força da expressão, no outro lado, ou simplesmente, ao lado dos sonhos já contados, da garota já descrita, na tela do mesmo cinema, na mesma página ou nos poucos passos que separam o maior-dos-sonhos da realidade incomum, com mais espaços vagos do que deveria.

ele, o rapaz com a camisa de listras, é o que sobra do dia que não termina às 23h59min. o sono visível, exposto nos olhos vermelhos, que por vezes, se fecham involuntariamente, reflexo do cansaço, das longas filas de espera, da falta de ar, dos medos, dos atrasos, do relógio que acelera o tempo na mesma velocidade que ela representa seu papel, na quase interminável madrugada, sob as luzes acesas de Copacabana.

e pensar que até outro dia, nosso mundo (distante, de mão única) se resumia a algumas fotos, também belas, mas sem a possibilidade de tocar... que daqui pra frente os dias sejam coloridos como a blusa que não cobre seus braços. e a vida, tão bela quanto o abraço que ficará guardado em tudo que ainda está por vir.

que o perto possa ser tão constante quanto os meus sonhos (ainda, platônicos).

terça-feira, 27 de outubro de 2009

sempre igual.

deixo coisas pelo caminho. e rezo pra que as escolhas sejam as mais corretas, dentro que acredito, que desejo, que espero.

mas sempre dói um pouco. e não sei se um dia isso vai mudar.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

sobre os 365 dias.

Falar dos últimos 365 dias sem pensar em sorrisos largos e, ao mesmo tempo, olhos vermelhos em frente ao espelho não dá.

Dias de revolução, descobertas, vontades, excessos, experiências, pessoas queridas, momentos que ficarão guardados em fotografias engraçadas, nos textos não lidos ou simplesmente nas lembranças do sujeito que mudou, que cresceu, que aprendeu na prática o significado de responsabilidade, expediente, cansaço absoluto, e um monte de outras coisas, sem deixar de lado suas idéias, sem perder a fala, ou a vontade de mudar, mesmo que por vezes escutasse que a vida não é assim e todo aquele blábláblá de quem insisti em aceitar calado seja lá o que for.

Detalhes, papéis, atrasos, piadas, festas, café, força, carinho, atenção, trânsito, vontades sujas ou sublimes, tudo que cabe dentro dos dias, das horas, de vida real.

O que antes era necessidade de adaptação para estar próximo, hoje, é necessidade de aceitar, de compreender a distância que de agosto pra cá machuca um pouco, mas que vez ou outra se ameniza em abraços apertados, e sinceros, no fim de tarde no centro da cidade, ou em conversas bobas em ônibus lotados.

Tudo isso pra lembrar de todos os momentos, de todas as pessoas, que nem mesmo o tempo me fará esquecer.

Vamos em frente

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

As cores do céu.

Ana fala das cores do céu e da vontade de estar perto. Eu falo da cor dos seus olhos, da força dos abraços e das suas fotografias coloridas. Acho que são os olhos de Ana que dão cor a vida, aos dias e aos sorrisos (meus) - que aprendi com ela.

Pequenas considerações sobre o sempre.

é sempre alguma dose de loucura e lucidez. o que muda é a intensidade. e a cor pra representar o que quer que seja. viver é o preço que se paga. o caminho, a estrada, os dias de planos calculados ou de idéias anárquicas que revolucionam por dentro ou por fora.

é sempre uma dose de melancolia que nem sempre alcança a realidade do que é real.

é sempre uma palavra por dizer. uma frase por fazer. um amor pra acontecer.

e quase ninguém entende que falta, claro, mas que também sobra se alguém quiser ver.

é sempre um eterno sonho que ninguém destrói por causa do seu tamanho.

sábado, 10 de outubro de 2009

sem trégua

a chuva insisti em cair, dia após dia, sem trégua, pausa ou tempo para caminhar sem sujar os pés. o corpo nunca reage bem. nada bem. os carros passam acabando com o quase silêncio da madrugada de músicas antigas. uma espécie de nostalgia sistemática comum em períodos de frio constante.

tentativa de proteção em frases curtas, som baixo e roupas que aquecem todo o corpo.

lembranças desconexas, dores pelo corpo e sono desordenado.

o caminho é longo, sempre, mas eu sobrevivo.

Parêntese-arquitetônico.

o tal cinema escuro, segundo pesquisas mais recentes, é de 1932.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

sonhos platônicos.

(ou listras e cores)

ela, distante, na tela do cinema escuro de 1926, ou bem pertinho, na cadeira ao lado, onde as pernas se encontram, com ou sem intenção, onde é possível tocar, sentir, perceber o perfume ou simplesmente a velocidade da respiração.

no trânsito caótico da avenida Rio branco, a menina de vestido-vermelho-com-flores-claras, conta um pouco da sua vida, entre um e outro intervalo de silêncio, de olhares distraídos pro céu ou pro chão, tanto faz.

as cores do seu vestido se transformam facilmente em poesia concreta ou abstrata. e o seu sorriso acaba com a angústia onde tudo que sobra é uma enorme vontade de abraçar bem forte, de prolongar o tempo, de ter por perto, até o final da rua, ou até quando o amor permitir.

ela é a cena de um filme que não estreou no circuito comercial. ou aquele trecho da música alternativa que merece ser vivido, contado, fotografado. me fazendo querer sem esforço, sem ensaios, sem nada que não seja a vontade de transformar.

ela é a felicidade das minhas madrugadas de sono, de sonhos (platônicos).

sábado, 3 de outubro de 2009

sobre.

ele é tudo o que escreve, que ouve, que faz. cada pedaço de sonho, de gritos dispersos, de silêncio, medo, aflição. ele é tudo que junta pelo caminho. as frases escritas nas paredes, nas noites sujas de solidão, ou nos letreiros da orla iluminada.

ela não existe mais em sonhos ou possibilidades. não é ausência da vontade. talvez nunca seja. é qualquer coisa com doses relativas de realismo, de vergonha na cara, de espelho que não engana mais.

da janela ele recorda, e não se conforma, com a velocidade do tempo, da vida, do ônibus, que corre cada vez mais.

entre recordações distintas, ele, aos poucos, remonta cada pedaço dos dias, das cenas, dos sorrisos, do vestido, das piadas.