Recent Posts

terça-feira, 9 de julho de 2013

versículo II - Isaías

23h, no frio da última estação, proteção mútua, ou simples tentativa, escondida nos co[r]pos, pra validar nossa existência. em discussões infundadas e, teoricamente, infrutíferas sobre quem é digno de perdão, simulando capacidade de avaliação crítica, supondo dominar o assunto que desconheço, invento um versículo que justifique o argumento,  a invenção do sentido que (re)significa o olhar, a existência do desconhecido, aprendizado útil, não sobre o perdão, mas sobre busca, escolhas, caminhos, construções duráveis,  registro perpétuo, marca do que fomos, conselho maduro, prova da existência do espaço vazio, tudo que poderemos ser. para gravar na memória, no corpo ou nas páginas que (ainda) serão escritas:

O empobrecido, que não pode oferecer tanto, escolhe madeira que não se apodrece; artífice sábio busca, para gravar uma imagem que não se pode mover. 

pontuando novos fins. por espaços divisíveis - que não apodreçam.

[continua]

versículo I - Raduan

na estante, o coração representado nas obras de quem tendo a escrita como forma de vida privilegiou o abandono da função em prol da terra!, lavoura e cólera, repensando o sentido pela construção, forma peculiar de dizer, ausência de pontos, pausas ou parágrafos, forma que valida o conteúdo, anotações sobre a justiça do tempo ou as contradições do amor violento que deixa de ser amor para ser apenas loucura, distância, raiva, decepção/descontentamento, o medo não sei de quê, a revolta com o mínimo. 

[continua]


jp, maio, 2013

na mesa ao lado,
na camisa da menina:

Não desista do amor!

domingo(s)

clichê da consagração artística.  solidão,  álcool e quarto de hotel. nos intervalos, café.  o resto é ruído. do mar, da cigarra, da guitarra desafinada daquela música subestimada dos anos noventa que eu insisto em gravar e regravar e não mostrar pra ninguém. você é parte dos versos que escolhi cantar, sem ter a consciência disso. pesa teu nome na escolha das palavras, dos versos, na força do que vou dizer a seguir ou no silêncio que cala a verdade do que sinto, onde expulsar é coragem, ação mais bonita das ações, transformação da vontade/saudade ou do-simples-gostar-de-você em pseudo-arte, que, na realidade, é arte mesmo, enquanto expressão do sentir. e eu sinto uma falta enorme dos dias que não tivemos. dessa cidade bonita e esquecida que não visitamos juntos. de não ter trancado nossas vidas naquele domingo confuso de alguns anos atrás, pra não precisar estar aqui agora, sozinho de novo, em outra cidade, outro hotel, esquecendo nomes, inventando cenários que não alteram a percepção do que é visto, e sua voz aqui dentro, nesse exercício insano de loucura ponderada, que não leva a lugar algum. percepção peculiar, diz o mestre, que deixa o texto bonito (e uma ou outra conversa) mas sempre termina do mesmo jeito.

o resto a vida editou por nós. engolindo sonhos e parágrafos, que prometiam alguma beleza. no mínimo!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

nas ruas

o mundo mudou
(e aqui dentro).