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domingo, 23 de agosto de 2009

Sala.

Faltou luz
E a sala vazia
De nós dois.

plural.

aí você olha pra trás e percebe que todos os amores foram platônicos. aí você olha pela janela, agora, e vê que todos os amores continuam sendo.

e as possibilidades? os sonhos? o mecanismo, a produção, a forma. acho que tudo por aqui está ligado a falta, ausência, decepção. por isso a criação. por isso a eterna mudança. o caminho é longo. eu ouço. eu digo. e fico feliz por transformar, inverter a ordem, subverter. tudo.

as cores do meu sonho. a cor do seu vestido. de retalhos.

aí você decide mudar, por dentro, claro. mas de alguma forma transforma o exterior também. pra ficar bem claro, de longe ou de perto.

[ distantes ]

penso no que você está fazendo agora
e quase choro
por não poder te abraçar
no meio das ruas,
no corcovado, no supermercado
na banca de jornal, no corredor,
no ônibus, nas madrugadas

solitárias.
(sem remédio)

Queria dividir a vida com você.
Assim como dividimos os sorrisos.

{Nós} sorrimos,

Amor.

[ distância ]

sábado, 15 de agosto de 2009

fim de tarde, da janela.

- posso te ver dormindo? Ele pergunta, usando da sua ironia convencional.
- se eu conseguir dormir aqui. Ela diz, com os olhos fechados, e um sorriso lindo que se desenvolve lentamente.

- por que você está rindo, se insiste em não levar a sério nada do que digo?
- só você mesmo...

Ele encontra algum resquício do amor que aconteceu, que acontece, que acontecerá. E se os olhos brilham, é por causa do sorriso tímido da menina que senta ao lado, na janela, sem se preocupar com o que está ao redor. A luz da cidade. O trânsito caótico. O fim de tarde. Que vira noite.

As pernas se encontram (in)voluntariamente. A mão busca alguma possibilidade. De encontro. De desejo. De tocar as pernas da menina, de cabelos longos, ou apenas encontrar sua mão, e ser feliz, pra sempre, ou enquanto a vida, o acaso, o trânsito, permitir.

As mãos não se encontram. O tempo passa. Os dois dormindo, ali, na penúltima cadeira do ônibus quase lotado. Ele acorda, observa, sorri. Gosta de estar ali, independente de qualquer outra coisa que venha para estancar os sonhos mais simples – por vezes tolos.

Ele volta a dormir, sonhando com os encontros, com os esbarrões, oferecidos pela vida.

Ela acorda o pobre rapaz querendo saber se seu ponto não ficou pelo caminho.

Após a resposta, se ajeita, levanta, sorri, enquanto ele apenas olha, pra guardar mais alguns bons momentos. E transformar em alguma coisa abstrata, que possa gerar certo orgulho.

o amor é só amor. o amor, basta.
e nossa vida continua.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

quinze pras nove.

É estranho estar do lado de cá e ouvir, distante, os sorrisos que antes eram compartilhados, muitos até motivados por quem agora deixou boas recordações para uma história que, dependendo das partes envolvidas, tem tudo pra não acabar tão cedo.

Passou da hora de dormir. Por hoje. Mas o que vale a nota, é que mais tarde é hora de sorrir, de ouvir, de contar, com quem esteve presente durante horas e horas, durante meses capazes de gerar vidas novas.

Acho que sou outro.

Agora.

Diferente.

Mas sem perder qualquer coisa. Pelo contrário. Com mais sorrisos, mais nomes na agenda, mais gente pra contar. -eavelhamelancoliadesempre.

E o medo de ligar, está diretamente relacionado ao medo de perder. É como se afastar, pra não sentir as partidas, pra doer menos, pra não fazer tanta diferença.

"A revolução começou"
.

Pra sempre.

Agora.

[que venham os abraços.]

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

do novo.

Vontade de realizar todas as vontades, sem medo ou receio, ir em frente, caminhando, passos lentos, de observação, de ação, pra mudar antigos vícios, de linguagem, de prisão, de culpa antes da ação praticada. Assisto filmes de amor, as histórias mais clichês, e repito as tentativas, de escrever, de compor, de viver. Escrever a mesma história. Antes e depois. E aproveitar o que existe durante, no meio do caminho, entre uma coisa e outra. Vontade de café no fim da tarde, de puxar conversa com quem fez parte de tudo isso lá atrás, de pegar o violão e lembrar dos desamores, que estão guardados em cada acorde dissonante. O passado era estranho. Eu me questiono pra saber como seria hoje, caso a vida não tivesse me oferecido tamanhas revoluções. Eu não existiria. No sentido filosófico da coisa. Considerando que o ser é o que faz. O que expõe, da maneira que expõe. A vida vem por aí. E mais um milhão de coisas pra acontecer, pra mudar, pra colorir. Os sorrisos, os motivos, as fotografias.

Daqui, vou conservando sonhos. E agradeço a vida. Pela manhã.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

semáforo - causa e consequência - ou motivo.

início da noite, naquela rua de passos apressados e constantes. a espera pelo que tem do lado de lá, faz menos sentido do que o encontro-não-marcado do lado de cá. deve ser a tal "força de atração". ou alguma dessas teorias.

e por um ou dois minutos, os dois ali. quase iguais. causa e consequência.

o que vem depois é história pra mais tarde.

domingo, 2 de agosto de 2009

an.gús.tia

sf (lat angustia) 1 Espaço reduzido; estreiteza. 2 Carência, falta: Angústia de tempo. 3 Aperto de coração, estado de exagerada ansiedade. 4 Med Estenose. 5 Aflição, sofrimento. []

olhos vermelhos

Os olhos vermelhos interrogam o espelho. Ele não entende ainda o que fez. Os motivos são claros. Visíveis. Mas daí entender sem sofrer não é fácil. Porque partir deixa sempre alguma angústia pelo caminho. E o caminho foi longo. Talvez chorar, em meio aos últimos abraços apertados, seja o único modo de demonstrar o apreço que existe do lado de dentro, mas que quase nunca é interpretado da maneira correta.

Os dias passaram depressa. As vidas se encontraram sem demora. E o que tinha tudo pra não ultrapassar os limites da burocracia cotidiana se transformou em relações de afeto, de carinho, de trocas, sinceras.

É difícil. Será difícil por algum tempo. Mas as fotografias guardam os sorrisos. E o corpo guarda o calor dos abraços. E mesmo confuso, agradece por poder descansar.

continua!

[ Pra sempre ]