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quinta-feira, 18 de março de 2010

lá e cá:

domingo, 14 de março de 2010

espanha ou ela dentro dos olhos.

o cenário lembra uma foto antiga em P&B. tudo acontece aproximadamente às quatro horas (da tarde ou da manhã)

ela, vestida de um sorriso bonito de tão sincero, não diz exatamente o que ele espera ouvir. mas, certamente, em determinados momentos, sorrisos falam bem mais do que palavras, e ele com a calma de quem tem os desejos a um passo, diz baixinho, como se tentasse esconder do mundo a felicidade que não tem tamanho, preço ou hora exata para acontecer: "eu espero"

e espera mesmo.

sexta-feira, 12 de março de 2010

adeus sofia


ela é o sonho em si. é a lágrima que deixa os olhos molhados, enquanto a canção com nome de sua filha toca e eu não consigo deixar de pensar em cada pequeno momento, no amor que ficou bem guardado, que é tão maior que todos os outros que o tempo não cura e não parece ter data para acabar.

diz que não é tarde
diz que não vai começar
a dizer que já vai 

ela, tão bonita, tão pequena, é a representação do intervalo de tempo, dos cinco anos que passaram, o retrato da memória, a expressão mais forte do sorriso, da loucura, da vontade que não sei se tem direito de existir, a marca da revolução que começou lá atrás, naquelas tardes que de alguma forma duram até hoje.

há tanto medo agora
que vamos ver o que restou
após a tempestade...

é estranho voltar a pensar nisso tudo, tanto tempo depois, sem conseguir sair ileso, com uma vontade enorme de voltar no tempo, de mudar as escolhas, de participar da sua vida, de trocar abraços, de cuidar de nós dois.

ah, sofrer em teus braços
seria o meu prazer
e viver em mil pedaços
seria tudo pra mim...

--

* o título e as citações se referem a música Adeus Sofia, da banda Dance of days.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Domingo.

Ele senta para escrever, depois do café, à tarde, enquanto a chuva deixa o fim-de-tarde bastante cinza, mas ainda bonito. Elabora teorias, que ficarão guardadas, sobre ausências, domingos e essa estranha rotina de início de ano.

Deixa a música tocar, inúmeras vezes. E a vida parece ser boa.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Conto dos dias frios.

Juliana tem os olhos claros e costuma escrever nos dias frios, em que não tem ninguém para conversar sobre clichês existenciais ou literatura alternativa. Não assiste TV nem frequenta lugares movimentados. Gosta de ler jornais pela manha, enquanto toma café puro, no sofá da sala, e escolhe os filmes que gostaria de assistir, em algum cinema bem pequeno, no início da noite.

Trabalha num livro que nunca conseguiu terminar por total falta de disciplina. Enquanto isso coleciona planos de conhecer a vida cultural da metrópole ao lado, terminar a faculdade de antropologia e conseguir ler sua lista de autores prediletos.

Ela encontra nos livros a força que não se aprende na escola ou nas receitas-de-viver-bem e acaba passando pro papel, naturalmente, as palavras que não consegue dizer quando necessárias.

Costuma andar no fim de tarde pelas ruas movimentadas da cidade, sem falar com mais de duas ou três pessoas. Mas fotografa mentalmente cada pedaço de vida exposto nos sorrisos amarelos dos que passam a sua volta.

Juliana veste as cores dos sonhos que poderiam existir. E sente saudades dos dias que nunca existiram.