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sábado, 23 de julho de 2011

pela arte e coisa e tal

o trabalho cansa, mas é gratificante. vale pelo valor artístico. e, mais ainda, pela causa política. na falta de tempo cotidiana, paradoxalmente, preciso passar seis horas diárias comigo mesmo, com uma ou outra interrupção, incluindo conversas memoráveis, mas tudo muito fragmentado. o que temos mesmo pelas longas tardes sou-só-eu e os minutos que parecem horas. solidão em pleno centro da cidade.

dentro dos fragmentos: a pressa da cidade, a atenção de poucos - incluindo momentos únicos que até dão  certa esperança no que diz respeito as relações afetivas e tal -, a desatenção de muitos e a forma com que diferentes pessoas lidam com a arte. grande estudo antropológico por conta da casa.

tempo demais pra pensar. mas são apenas sucessões de pensamentos que se perdem. teorias e mais teorias que vão pro ralo antes mesmo de chegarem ao papel.

o corpo esgotado fica feliz pela proximidade do fim.

o coração sabe que em algum momento sentirá falta – como sempre sente. mas entende que o aproveitamento foi satisfatório. e que é mais um ciclo importante que se encerra, porque precisa se encerrar.

teoricamente, sobrará algum tempo pros tantos filmes, pros livros não lidos, pra escrever, escrever, escrever e testar novas possibilidades.

na prática, é um tempo a mais pra tarefa mais difícil de todas: organizar a vida.

(sem contar nas tantas outras tarefas pendentes – produção de uma exposição fora do país, edição de um livro que já deveria ter sido entregue, produção do tão sonhado projeto de poesia e outros projetos mais).

não é fácil, mas acaba valendo a pena.

muito.

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