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sábado, 15 de agosto de 2009

fim de tarde, da janela.

- posso te ver dormindo? Ele pergunta, usando da sua ironia convencional.
- se eu conseguir dormir aqui. Ela diz, com os olhos fechados, e um sorriso lindo que se desenvolve lentamente.

- por que você está rindo, se insiste em não levar a sério nada do que digo?
- só você mesmo...

Ele encontra algum resquício do amor que aconteceu, que acontece, que acontecerá. E se os olhos brilham, é por causa do sorriso tímido da menina que senta ao lado, na janela, sem se preocupar com o que está ao redor. A luz da cidade. O trânsito caótico. O fim de tarde. Que vira noite.

As pernas se encontram (in)voluntariamente. A mão busca alguma possibilidade. De encontro. De desejo. De tocar as pernas da menina, de cabelos longos, ou apenas encontrar sua mão, e ser feliz, pra sempre, ou enquanto a vida, o acaso, o trânsito, permitir.

As mãos não se encontram. O tempo passa. Os dois dormindo, ali, na penúltima cadeira do ônibus quase lotado. Ele acorda, observa, sorri. Gosta de estar ali, independente de qualquer outra coisa que venha para estancar os sonhos mais simples – por vezes tolos.

Ele volta a dormir, sonhando com os encontros, com os esbarrões, oferecidos pela vida.

Ela acorda o pobre rapaz querendo saber se seu ponto não ficou pelo caminho.

Após a resposta, se ajeita, levanta, sorri, enquanto ele apenas olha, pra guardar mais alguns bons momentos. E transformar em alguma coisa abstrata, que possa gerar certo orgulho.

o amor é só amor. o amor, basta.
e nossa vida continua.

5 comentários:

Juliana Porto disse...

Ai que saudades do amor.

Belo enredo!

=*

Núbia disse...

**amor da minha vida**

Alan Salgueiro disse...

Bom vê-lo dando mais linhas aos textos, deixando a imaginação rolar solta. Esses acontecimentos em coletivos são sempre inspiradores. Como um percurso, um pensamento e um cochilar podem dar pano pra tanta manga! Nos vemos nos próximos pontos, Daniel!
Bom trabalho!

Renan Moreira disse...

Esse, pra mim, matou!

Abração

Dani disse...

Que lindo!

Saudades dos seus textos. E de mais algumas coisas suas. (Sua conversa, seus e-mails, suas mensagens, seu abraço, suas bobeiras...) A lista é longa...