Recent Posts

domingo, 29 de março de 2009

Café amargo.

; eu já não lembro se gostei mesmo dela, ou se apenas gostava de gostar. Por isso todo o esforço. É engraçado como conseguimos criar, produzir, transformar em ação as idéias, nesses momentos de conturbação-emocional.

Eu já não lembro de você com frequência. Não sinto falta. Não tento fazer canções na esperança de te mostrar. Nada disso. Só não consigo jogar aquelas fotos fora. Mas também não as vejo sempre. É verdade que quando vejo dá uma sensação estranha, um nó na garganta, uma vontade de te ligar só pra saber o que você anda fazendo e pensando. Mas isso não é amor. É só vontade. E eu entendo que fugir disso torna-se desnecessário.

Eu lembro que você gostava que eu gostasse de você. Mesmo que você nunca tenha dito com essas palavras. Eu sabia que você gostava. Gostar é diferente de querer. Eu entendo. Mas é fácil compreender seu lado. Você precisava de atenção - assim como todo mundo precisa - e eu te dava essa atenção. Palavras tímidas, textos nas madrugadas, frases bonitas sobre nós. Bobagem. Não existíamos nós. Não existe nós. Só vocês. E quando foi preciso eu me mostrei capaz de ser pior do que sou. É que tem gente que prefere assim. O caminho mais sujo, mais dissimulado, mais difícil.

Poucas vezes você demonstrou uma grande atenção com aparente afeto (verdadeiro). Na maioria das vezes você não sabia o que falar. Preferia se esconder nos sorrisos-quase-meigos. Quase!

Pra você - ou por você, se assim preferir - eu sempre tinha o que dizer. Tentava não mentir, não inventar, só expor mesmo. Fazer do ato de comunicar um espelho entre o que pensava, o que sentia, e o que necessitava colocar pra fora.

Quando a gente se esbarrar, você vai perguntar como estou, o que estou fazendo, e depois disso vai sorrir, interrogando com o olhar se já te esqueci. Não se preocupe. Quando eu te encontrar, vou sorrir, te abraçar, e agradecer. Porque tudo que aconteceu -Ounão- deixa de ser parte fundamental da nossa historinha sem final. O que importa mesmo é a capacidade de percepção, criação, tudo que descobri, que ampliei, pra tentar chegar mais perto de algum lugar que não sei se existe (ainda). Eu sei o que fiz. De maneira geral, eu até gostei do que fiz, não do que fiz, na verdade, mas do resultado das ações praticadas.

Hoje sou mais forte, meu bem.

E quase às quatro da manhã escrevo sobre você de outra forma. Descaracterizando quase tudo que criei. Mas eu criei. E pronto! O resultado da criação como objetivo principal. Entende?

Na seqüência de fotos você sorri, dorme, dança e sorri de novo com pose.

Eu só escrevo. Por causa de fotos. De madrugadas. De pessoas. De café.

De vontade.

1 comentários:

DANI. disse...

O melhor texto que você já escreveu. Um dos melhores e, sem dúvidas, o mais sincero que eu já li.

A cada dia eu tenho mais e mais orgulho de você. =)

É sempre bom te ver.

Beijo grande,
=*