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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Parte II

E você surge assim, sorrindo, de repente, de camisa preta, com o cabelo ainda molhado. Olha e sem pensar muito diz qualquer coisa. Quase sussurrando. Anda de um lado para o outro. Com passos lentos, com sorrisos largos, com aquela calça jeans de antigamente.

Sem perceber – ou fingindo não perceber - ignora o casal ao lado. E com voz baixa, canta os oito dígitos do seu novo telefone.

Você sorri, ajeita o cabelo, olha o chão. E sabe-se lá por que percebe que tudo pode existir. Sendo bom ou não, sendo real ou não. Pode existir. E talvez até exista. Talvez amanhã tudo faça mais sentido. E assim, quem sabe, encontramos até mesmo o sentido que nunca existiu, ou que nunca enxergamos, durante tantos anos.

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