23h, no frio da última
estação, proteção mútua, ou simples tentativa, escondida nos co[r]pos, pra
validar nossa existência. em discussões infundadas e, teoricamente,
infrutíferas sobre quem é digno de perdão, simulando capacidade de avaliação
crítica, supondo dominar o assunto que desconheço, invento um versículo que
justifique o argumento, a invenção do sentido que (re)significa o olhar,
a existência do desconhecido, aprendizado útil, não sobre o perdão, mas sobre busca,
escolhas, caminhos, construções duráveis, registro perpétuo, marca do que
fomos, conselho maduro, prova da existência do espaço vazio, tudo que poderemos
ser. para gravar na memória, no corpo ou nas páginas que (ainda) serão
escritas:
O empobrecido, que não pode oferecer tanto, escolhe madeira
que não se apodrece; artífice sábio busca, para gravar uma imagem que não se
pode mover.
pontuando novos fins. por espaços
divisíveis - que não apodreçam.
[continua]
[continua]